quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Nada Dura Para Sempre


Este Blog dedicará cada linha a resenhas, críticas e indicações de leituras. O "Leeiia" fazia parte de uma coluna do blog que antes escrevia(escrevo). Decidi por fim dar vida e consciência a esta forma plural que é a leitura. Como estudante de Letras atribuo uma importância significativa ao hábito de ler. A leitura é uma fonte inesgotável de prazer mas por incrível que pareça, a quase totalidade, não sente esta sede. Quem nunca se apixonou por um grande livro que lhe trouxe reflexões, mudou seu modo de pensar ou supriu uma necessidade, foi seu companheiro nos momentos difíceis? Nós mudamos incessantemente. Mas se pode afirmar também que cada releitura de um livro e cada lembrança dessa releitura renovam o texto. Aqui traremos questões para discutirmos a proposta, visão, narrativa, personagens que compõe cada obra. Conheceremos e indicaremos sugestões e leituras comparadas. Então... Antes que Você Pense Outra Coisa, Leia...






Nada Dura Para Sempre
             Sheldon, Sidney. Ed. Record, 1994. 12°impressão. 

Primeiro Contato: Fui apresentado ao universo de “Sidney Sheldon” por um fanático viciado no mesmo e em sebos em busca de suas obras. O primeiro livro com que tive contato foi “Se Houver Amanhã"( Sidney compõe uma das personagens femininas mais bem construída, complexa, feminina, e que sabe usar sua beleza e inteligência em busca das suas vontades) algo incrivelmente espetacular, cinematográfico, ágil, sagaz, estimulante. Assim como em “Se Houver Amanhã”, a obra aqui analisada “Nada Dura Para Sempre” não é diferente. Um dos aspectos positivos é sua agilidade, sua descrição sutil e ao mesmo fácil de se envolver. Numa trama com algum suspense e muitas críticas sociais. O tom quase político tenta nos alertar sobre um mal imutável que parece ter sobrevivido, a terremotos, pragas e catástrofes naturais: o descaso na saúde pública e seus agravantes. A rotina de um hospital publico pode ser embaraçosa e desgastante, tanto para os profissionais e seus turnos absurdos e desumanos quanto para os paciente que travam luta contra vida nem sempre em locais que lhes dão condições de um tratamento adequado. 


Narrativa: Três médicas residentes se encontram no hospital EmbarcaderoEram elas:  Kate Hunter,  Betty Lou Taft e Paige Taylor, vão  descobrir e se envolver em situações jamais imagináveis, envolvendo milionários, drogas, máfia, traição, assassinato que vão fazer com que a rotina diária no plantão seja a coisa mais fácil de lidar. As únicas médicas do hospital, as três vão  morar no mesmo apartamento. Ambas com histórias de infância motivadas pela a escolha da medicina. A Dr. Taylor era filha de um médico da OMS, que trabalhava na África do Sul, morto em um confronto entre tribos. Kate Hunter era uma médica negra, que sofreu abusos do seu  padastro, aos 13 anos ao ficar grávida do mesmo e não ter o  apoio de sua mãe, resolve morar com a tia que a aconselha a realizar um aborto. Jurou desde então jamais ser tocada por homem nenhum. Honey Taft, fazia parte de uma família tradicional e muito rica, a medicina não fora uma escolha sua e sim do seu pai. Taft era considerada o patinho feio da família que jamais viraria cisne. Seu sonho era ser enfermeira, pois não  teria a responsabilidade de diagnosticar, e receitar procedimentos. Taft era sempre humilhada por suas irmãs que sempre foram popular nas escolha, inteligentes e tinham os namorados que queriam. Taft desenvolveu métodos de sedução já que ninguém a queria como namorada. Comprou livros sobre sexo. Seduzia por seduzir. Ao entrar para a faculdade de medicina conseguiu as melhores notas seduzindo os professores, monitores ou até mesmo diretor. Construira a fama de brilhante. Surpreendia a todos com a sua ignorância. Não esta apta para desenvolver a medicina. Então seduzia aqueles que podiam lhe ajudar a conquistar o que necessitava. Gosto da forma ágil de como  é conduzida a narrativa. As personagens principais são mulheres ousadas, corajosas que são  capazes de brigar de igual com qualquer homem. A diferença é que Sidney Sheldon constrói mulheres talentosas e capazes que jamais perdem sua feminilidade. Não  diferente, "Nada Dura Para Sempre" causa impacto logo nas suas primeiras linhas. Temos três médicas ambas morando e trabalhando juntas. Uma quase consegue fechar o hospital(diagnosticando desinteria ao invés de cólera), a segunda mata um paciente por um milhão de dólares e a terceira assinada por um falso e terrível amor. O suspense e a sensualidade que envolve a trama. Mas no entanto  Certas atitudes dos personagens pareceram banais e surreais ao mesmo tempo, se é que isso é possível. Situações se tornaram incrivelmente complicadas sem motivos que me parecessem realmente plausíveis, e se simplificaram em um piscar de olhos.
 Paige, Taylor e Kat são três mulheres com histórias de vida bastante diferentes, mas muitas vezes têm de enfrentar os mesmos preconceitos e contratempos para ganhar seu espaço em um ambiente predominantemente masculino - e machista - como o do Hospital Embarcadero. 

Desfecho
Era apaixonada por um amigo de infância, porém este se casa com outra, partindo seu coração. É acusada de matar um paciente por conta de uma herança milionária. Paige conhece um arquiteto que faz seus dias mais felizes, embora relutasse na esperança de que seu grande amor voltasse num belo cavalo branco. Honey Taft apaixona-se por uma paciente que ao realizar uma operação que parecia simples recebe uma transfusão de sangue com HIV. Kat Hunter, vê seu irmão envolvido com traficantes de drogas, se vendo devendo favores a Lou Dinetto. Kat é bastante assediada pelos médicos do Embarcadero, vista como um "desafio". Entre eles, Ken Mallory faz uma aposta de cinco mil dólares para se em um mês a levava para a cama. Kat descobre e resolve zombar da cara dele, dando-lhe falsas esperanças. Entretanto, Kat se apaixona por Ken, e ele finge que retribui, só para ganhar a aposta. Kat acaba cedendo e eles assumem o namoro, para surpresa dos médicos do Embarcadero. Ken no entanto  ao  salvar um paciente milionário que o  promete abrir um consultório particular em troca de ter salvo sua vida. ken Conhece Lauren, Kat desesperada tenta perder Ken e forja uma gravidez. Ken temendo que Kat estragasse seus plano planeja o assassinato de Kat. Sidney propõe uma trama agradável sem muitas modulações, mas ao mesmo instante instigante. O suspense provocado e pouco quase nenhum, mas lhe deixa ansioso até o  capítulo seguinte. 

Epílogo:No julgamento Paige Taylor é inocentada graças a um falso depoimento de um respeitado médico cardiologista, grande admirador de Paige, casa-se com o arquiteto e abre um consultório particular e uma fundação na África com a herança. Taft se torna enfermeira e seu não namorado nunca apresentou aids. Ken mata Kat. Paige não descansa até provar o envolvimento de Ken no crime. Lou Dinetto é preso e condenado a 15 anos. Ken é preso na mesma cela que Lou Dinetto e Morto na mesma noite. E o hospital Embarcadero continua no mesmo lugar a espera de mais um terremoto.


Termômetro de leitura: 7 Estrelas

  • Narrativa: 7,75
  • Personagens: 7,5
  • Linguagem: 7,5
  • Enredo: 8,0
  • Desenvolvimento: 7,0
   =7,55

     Conheça: Sidney Sheldon

Sidney Sheldon nasceu em 11 de fevereiro de 1917 em Chicago, no estado de Illinois, EUA Durante sua vida, Sheldon publicou dezoito romances; todos alcançaram a lista de mais vendidos do jornal The New York Times. Eles totalizaram mais de 300 milhões de cópias vendidas, com traduções para 51 idiomas, distribuídos em cerca de 180 países;por esse fato, ele é considerado "o escritor mais traduzido do mundo" pelo Guinness.O escritor também é creditado por 250 roteiros televisivos, seis peças para a Broadway e 25 filmes. A estreia de Sidney como escritor de romances ocorreu em 1970, quando publicou seu livro A Outra Face. Ele decidiu lançar o suspense como livro por que achou que era muito "psicologicamente variado" para cinema, TV ou palco; a história de um psicólogo que é acusado de assassinato foi vendida para a editora Morrow por mil dólares. A Outra Face foi nomeado "Melhor Livro de Estreia" nos Edgar Allan Poe Award de 1971. Seu segundo livro foi O Outro Lado da Meia-Noite, lançado três anos depois do primeiro; ele alcançou o primeiro lugar na lista de mais vendidos do The New York Times e permaneceu nela por 53 semanas. A partir de então ele passou a dedicar-se aos livros, lançando diversos outros bem sucedidos, como A Ira dos Anjos e Se Houver AmanhãEle comentou que tentava escrever seus livros "de uma maneira que os leitores não pudessem largá-lo. Construí-los de um jeito que o leitor termina um capítulo e tem que ler mais um". Sidney acreditava que não podia "enganar o leitor", por isso, sempre que descrevia algum lugar visitado por seus personagens, havia estado nele.

 "Se alguma coisa parece boa demais para ser verdade, então provavelmente é mesmo verdade"

Aguardem... Na próxima Postagem: "A Hora da Estrela", Clarice Lispector